
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por
meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e
da Promotoria de Investigação Penal de Barra Mansa, realizou, nesta
quinta-feira (22), com o auxílio da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
(PCERJ) e do GAECO do Ministério Público do Maranhão (GAECO/MPMA), a quarta
fase da Operação Open Doors.
Paulo Heitor Campos Pinheiro foi preso em São Luís, no
Maranhão, e Richard Lucas da Silva Miranda está foragido. Ambos são acusados de
fraudes bancárias.
A operação combate uma organização criminosa, sediada em
Barra Mansa, e liderada por hackers que praticam diversos crimes patrimoniais,
em especial a subtração de valores de contas bancárias de terceiros por meio de
transações fraudulentas. Os mandados de prisão foram expedidos pelo Juízo da 2ª
Vara Criminal de Barra Mansa.
A operação é um desdobramento da segunda fase da Open Doors,
envolvendo, desta vez, a ocultação de patrimônio do denunciado Richard Lucas da
Silva Miranda em conta bancária de titularidade da empresa PHC Pinheiro,
sediada no Maranhão e que tem como dono o outro denunciado, Paulo Heitor Campos
Pinheiro.
Durante a segunda fase da operação, Richard, um dos líderes
da organização criminosa, teve apreendido um cartão bancário em nome da empresa
e, a partir da quebra do sigilo bancário do hacker, foi verificado que Paulo
utilizava-se da pessoa jurídica para a prática de crimes de lavagem de
dinheiro.
Com a identificação da conta, foi verificada intensa atividade
criminosa, destinada à ocultação e movimentação do patrimônio ilícito da
quadrilha.
Conforme apurado durante as investigações, os denunciados,
em atuação conjunta com outras pessoas, estruturaram-se em uma organização
criminosa voltada para a prática de centenas de crimes de furtos qualificados,
em especial por intermédio de fraudes bancárias, obtendo vantagens ilícitas que
se aproximaram de R$ 30 milhões.
Somente entre maio de 2017 e setembro de 2018, por 252 vezes
e em diferentes locais, Richard e Paulo, por intermédio da PHC Pinheiro,
ocultaram e dissimularam um total de R$ 1.513.000 provenientes, direta ou
indiretamente, de infrações penais.
A Operação Open Doors foi inicialmente deflagrada em agosto
de 2017 após investigações apurarem que ‘hackers’ burlavam a segurança bancária
e conseguiam acesso aos dados dos titulares das contas lesadas, apropriando-se
de senhas, CPF, nº de agência e conta e nome completo dos titulares.
Com essas informações, eles solicitavam que outras pessoas,
conhecidas como “cabeças”, lhes fornecessem contas de ‘laranjas’ para que
pudessem direcionar o dinheiro subtraído das vítimas, utilizando-o para
proveito próprio.
Na terceira fase da operação, o objetivo foi cumprir três
mandados de prisão de integrantes da organização criminosa, também denunciados
por lavagem de dinheiro.
Prisão em 2016, em São Luís

Uma quadrilha que clonava números de celulares e utilizava
um aplicativo de conversas para aplicar o golpe foi desarticulada em julho de
2016, em São Luís. Foram presos Robert Wagner Silva Serra, conhecido como
“Cacá”, Paulo Heitor Campos Pinheiro, Wanderson Sousa Soeiro e Randerson dos
Santos Castro.
No momento da prisão, os policiais apreenderam um revólver,
calibre 38, com munições e cartão bancário.
Na ocasião, o delegado-geral da Polícia Civil, Lawrence
Melo, explicou que o Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos, ligado à
SEIC, identificou que os envolvidos, que são suspeitos de clonar números no
aplicativo WhatsApp, se passavam por amigos dos proprietários das linhas.
Através dessa clonagem passavam mensagem às vítimas pedindo
ajuda financeira, por meio de depósito bancário em contas correntes. Wanderson
Sousa é funcionário de uma operadora de telefonia e era ele quem habilitava os
chips, dando acesso livre aos contatos dos números clonados.
“De posse desse chip um outro integrante habilitava o
Whatsapp no aparelho que estava com ele. Fazia se passar pelo titular do número
e acessava a agenda de amigos e parentes da pessoa. Em contato, via aplicativo,
o integrante da quadrilha relatava dificuldades financeiras, tanto do ponto de
vista de saúde, quanto do ponto de vista material, e solicitava transferência
para a conta de laranjas, que eram indicadas”, relatou Lawrence, em entrevista
coletiva.
Segundo o delegado-geral, a quadrilha geralmente realizava o
saque e ,quando excedia o limite, iam a um determinado posto de gasolina, onde
passavam o valor restante no débito e davam 10% para que o frentista desse o
dinheiro em espécie.
Com informações do GAECO MPRJ Barra Mansa
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