Hannah Powell teve perda total dos rins e sobreviveu após
doação de órgão da mãe.
Da BBC
Em vésperas de Carnaval, todo o cuidado é pouco,
principalmente quando se trata do uso abusivo do álcool ou quando nem ao menos
sabemos aquilo que estamos bebendo. Por isso vale checar o rótulo das
embalagens e comprar em estabelecimentos confiáveis. Conheça a história de
Hannah Powell, uma jovem britânica de apenas 23 anos, que ficou cega após
ingerir um drink que continha vodca falsificada misturada com metanol (também
conhecido como álcool metílico) quando passava as férias em Zakynthos, na
Grécia, em 2016.
Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (20) pela
BBC, a jovem não tinha conhecimento que a substância havia sido misturada em
sua bebida. Após uma noite de balada com amigos na ilha grega, Hannah Powell
estava se sentindo exausta e vomitava bastante, ao que tudo parecia ser apenas
uma ressaca comum virou um pesadelo na vida da jovem garota.
Após ingerir a substância perigosa, os rins de Hannah Powell
entraram em colapso, o que ocasionou na perda de sua visão. "Eu sugeri que
abríssemos a cortina e meus amigos disseram que elas já estavam abertas, mas eu
não percebi na hora o que estava acontecendo.. Eu pensei que eles estivessem
brincando, então levantei para acender as luzes. Foi aí que eu comecei a entrar
em pânico, porque foi quando percebi que as luzes estavam acesas e que eu não
conseguia enxergar nada", contou à BBC.
Nascida na cidade de Middlesbrough, no Reino Unido, a jovem
foi levada imediatamente ao hospital da ilha de Zakynthos antes de ser
transferida para uma ilha maior da Grécia. Ao relembrar o momento, Hannah
Powell contou que ficou tão confusa que pensou que estava sendo sequestrada.
"Eu não entendia porque não conseguia enxergar. Eu
pensei que fosse alguma coisa (tampando) meu olho ou na minha cabeça. Lembrava
remotamente de falar com meu pai ao telefone", disse à BBC.
Ao chegar no hospital, os exames apontaram a presença do
metanol no corpo da jovem britânica, que havia ingerido a substância em um bar
da cidade, onde fazem bebidas clandestinas e vendem a preço mais acessível.
"Aparentemente, gangues fazem as vodcas
clandestinamente e vendem aos bares por preços mais baratos. E os bares
abastecem seu estoque com essas bebidas", explicou Hannah.
Por sorte, os amigos da jovem que haviam bebido o mesmo
drink falsificado, chegaram a passar mal, sentir dores fortes no estômago, mas
os sintomas passaram logo em seguida.
Ao voltar para casa semanas depois do ocorrido, Hannah
precisou se ajustar a nova vida e ainda passou 18 meses fazendo hemodiálise por
causa da falência dos rins até receber um órgão doado pela mãe, Christine.
Três anos se passaram e ninguém foi responsabilizado pelo
ocorrido. Atualmente, Hannah Powell leva uma vida normal e conta que ainda
pretende voltar à Zakynthos junto aos amigos.
"Eu já não esperava que fossem punidos, mas acho que
alguém deveria. Ou o bar sabia que tinha álcool manipulado ou alguém fez essa
mistura. De qualquer forma, eu não tive nada a ver com isso. Eu nunca teria
bebido se soubesse", contou.
"A última coisa que eu quero é ter medo de fazer tudo.
Minha mãe se preocupa quando digo que vou para a academia. Até hoje ela
pergunta: 'Como você vai chegar lá? Você consegue enxergar os carros?' Eu não
consigo ver todos os carros, mas a alternativa seria ficar em casa. Eu sou
jovem e não quero me acostumar a ficar em casa por medo de sair. Eu ainda
tropeço e hesito. Mas isso não me incomoda mais", concluiu.
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