
O polêmico deputado Delegado Waldir (PSL-GO) teve de cortar
na própria carne para a opinião pública não se virar contra ele quando
seguidores reagiram à divulgação de que um de seus assessores havia sido preso
sob suspeita de receber propina de quadrilhas especializadas em roubo de carga.
Líder do PSL na Câmara, partido do presidente Jair
Bolsonaro, o parlamentar levou o delegado José Maria da Silva em 2016 para o
seu gabinete para ajudá-lo na elaboração de projetos de lei.
Silva, um conhecido delegado de Goiás, foi preso na manhã de
quinta-feira (29) no âmbito da Operação Mercúrio, desencadeada pelo Ministério
Público.
O assessor do líder do PSL é suspeito de receber propinas
dos criminosos quando estava lotado na Delegacia Estadual de Repressão a Furtos
e Roubos e Cargas (Decar) em 2014. Além dele, três policiais civis goianos
também foram presos.
Segundo as investigações, eles receberam R$ 100 mil de um
homem que tinha sido preso por envolvimento com roubo e receptação de carga
para reaver a mercadoria apreendida.
Em nota, a Polícia Civil do Estado de Goiás informou que o
“caso tem relação com fatos ocorridos em 2014 na Delegacia Estadual de
Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), e que também são apurados pela
Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Civil, que apoiou a operação”.
A operação investigou o bando por dez meses e cumpriu
mandados de busca e apreensão e prisão nos estados de Goiás, Minas Gerais, São
Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Pará, Paraná, Mato Grosso, Tocantins
e Pernambuco. (…)
Operação Mercúrio
"Um integrante da organização, residente de Uberlândia,
veio receber de uma empresa dois veículos, um Camaro e uma Dodge Journey, e
cerca de 30 cheques, como pagamento de uma carga roubada que havia sido
vendida”, informou o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Uberlândia-MG,
Daniel Martinez.
De acordo com o coordenador da operação, a Polícia Militar
prendeu o policial, na época. Na ocasião, foram apreendidos os carros e os
cheques.
“No caminho para Aparecida de Goiânia, essa pessoa foi até
um galpão onde havia sido oferecida a ela outra carga roubada e acabou presa em
flagrante pela Polícia Militar, que localizou os carros e o cheques. Tudo foi
apreendido e essa pessoa foi presa, sendo colocada em liberdade depois pelo
Judiciário”, contou o coordenador do Gaeco.
Foi a partir da liberação do preso que teria se iniciado a
investigação do esquema de corrupção que envolveu os policiais civis. “Posteriormente,
essa pessoa voltou e pagou R$ 100 mil para reaver todos os cheques e os dois
carros restituídos. Foi verificado que os agentes da polícia, que trabalharam
no processo sequer listaram os valores dos cheques. Não há sequer um pedido de
devolução dos carros”, afirmou Daniel Martinez.
“Dois policiais que participaram de toda negociação tiveram
a prisão preventiva, e os outros dois não tiveram contato com o investigado,
mas concorreram para restituição dos bens. Eles tiveram decretada a prisão temporária
para se verificar a extensão da responsabilidade penal deles”, completou.
Postado por GILBERTO LIMA
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